Não
há nenhum mistério na simples razão de ser honesto, e é pela ausência dessa razão
que pequenas fagulhas de justas causas remanescentes são tragadas e engolidas
pelo infame, ganancioso e “justo” coração.
As crises são tão fortes que nem o mais intrépido revolucionário
conseguiria suportar. Isso remete ao valor que há no próprio valor do ser; no
investimento que se faz na construção do caráter; no significado de, mesmo não
querendo, apenas ser mais um parafuso na engrenagem do mundo, mais um centavo
que move o sistema, mais um pequeno sistema nesse mundo de centavos.
Não inventei o dinheiro, não imaginei o lucro, não pensei no ônus,
não criei o produto e sinto-me como se tivesse feito tudo isso. Quer saber? Não é
só por me sentir assim que tais questionamentos me sobem à mente, é porque eu
mesmo fiz tudo isso. Eu mesmo, humano. Este que se sente como dono do mundo por
também achar que o criou. Homem.
Talvez o homem não seja o que imagina e nem saiba a justificativa
dos meios pelos fins. Já dizia Dostoiévski: “O homem é, acima de tudo, um
animal que constrói, condenado a buscar conscientemente um objetivo e exercer a
arte da engenharia, ou seja, a abrir caminho para si mesmo incessante e
eternamente, não importando aonde esse caminho o leve”.
O fato é que sistemas precedem revoluções e revoluções precedem sistemas.
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