sexta-feira, 9 de março de 2012

Mais uma bobagem existencialista


        Não há nenhum mistério na simples razão de ser honesto, e é pela ausência dessa razão que pequenas fagulhas de justas causas remanescentes são tragadas e engolidas pelo infame, ganancioso e “justo” coração.

As crises são tão fortes que nem o mais intrépido revolucionário conseguiria suportar. Isso remete ao valor que há no próprio valor do ser; no investimento que se faz na construção do caráter; no significado de, mesmo não querendo, apenas ser mais um parafuso na engrenagem do mundo, mais um centavo que move o sistema, mais um pequeno sistema nesse mundo de centavos.

Não inventei o dinheiro, não imaginei o lucro, não pensei no ônus, não criei o produto e sinto-me como se tivesse feito tudo isso. Quer saber? Não é só por me sentir assim que tais questionamentos me sobem à mente, é porque eu mesmo fiz tudo isso. Eu mesmo, humano. Este que se sente como dono do mundo por também achar que o criou. Homem.

Talvez o homem não seja o que imagina e nem saiba a justificativa dos meios pelos fins. Já dizia Dostoiévski: “O homem é, acima de tudo, um animal que constrói, condenado a buscar conscientemente um objetivo e exercer a arte da engenharia, ou seja, a abrir caminho para si mesmo incessante e eternamente, não importando aonde esse caminho o leve”.

O fato é que sistemas precedem revoluções e revoluções precedem sistemas.

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